Tuesday, April 10, 2007

Evento no parque da Bela Vista não paga taxas de 3,5 milhões

In Jornal de Notícias (10/4/2007)
Ana Fonseca

«Parque da Bela Vista será mais uma vez, em Maio, palco de um grande evento musical

Tal como tem acontecido aquando da realização dos festivais Rock in Rio, no Parque da Bela Vista, a Câmara de Lisboa prepara-se para apresentar, na reunião de amanhã do Executivo, uma proposta para isentar os promotores do festival Creamfields do pagamento de taxas. Em vez de uma verba de 3,5 milhões de euros pela utilização do espaço verde, os organizadores do evento - a Smart Events - ficam obrigados, mediante um protocolo assinado com a autarquia, ao pagamento de apenas 175 mil euros.

Esta verba destina-se, ainda segundo o documento, a contribuir para a requalificação do local, situado na freguesia de Marvila, e para o pagamento dos encargos logísticos inerentes à iniciativa, que terá lugar no dia 19 de Maio. O parque ficará ao serviço do Smart Events entre o dia 23 de Abril e 31 de Maio.

Segundo o protocolo, a Câmara de Lisboa "permitirá ainda a utilização das infra-estruturas de iluminação, água e contentores de lixo e assegurará a limpeza do recinto durante o evento". A autarquia prestará ainda, através dos seus serviços competentes, apoio à análise dos fluxos de tráfego e disponibilizará a utilização de outdoors em locais a definir.

Por seu turno, a Smart Events compromete-se a "fazer um uso prudente do espaço", e a "contratar um seguro de responsabilidade civil para cobertura dos riscos decorrentes da execução de todos os trabalhos efectuados durante a montagem". O protocolo integra a criação de uma comissão de acompanhamento para fiscalização da utilização adequada do Parque da Bela Vista. Recorde-se que a utilização daquele espaço verde durante as várias edições do Rock in Rio tem sido bastante contestada pelos moradores, ambientalistas e alguns responsáveis autárquicos que se queixam da destruição de que o Parque da Bela Vista tem sido alvo
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Resumindo, trata-se de um protocolo semelhante ao do Rock-in-Rio, de 2006, cujo cumprimento ainda está por ver, pois nada do que lá está escrito foi feito. Isto está mal!