Monday, March 17, 2008

Comunicado: Sim, o Observatório existe

Em reunião havida com o responsável pelo Pelouro do Ambiente e Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa este afirmou que o Observatório do Parque da Bela Vista não existe. Mais afirmou que se tratava de uma máscara para alguns dos seus elementos. Pediu, como se tal prerrogativa inquisitória lhe pertencesse, nomes dos elementos que o compõem, além de ter solicitado a morada ou os estatutos desta entidade. Cumpre não só responder-lhe, mas tornar pública esta tomada de posição por parte do Sr. Vereador, uma vez que tendo granjeado fama em nome das causas de cidadania, tal pergaminho parece faltar-lhe quando se acredita com poder.

O Observatório é uma entidade de carácter informal juntando cidadãos vindos das mais diversas áreas políticas, de associações com carácter cívico e ambiental, de áreas académicas ou simplesmente, e não é dizer pouco, do mero gosto e curiosidade pelas questões que se prendem com a defesa do ambiente e da qualidade de vida em meio urbano.

Não, não tem uma sede pois não se trata de um organismo formal. Se o senhor Vereador desconhece ou se agasta com organizações de carácter informal, basta relembrá-lo da Plataforma do Túnel do Marquês, onde foi então mandatário pelo referendo, e que se constituiu ao redor de uma questão comum, sem se formalizar quanto tal e com a intervenção individual de muitos cidadãos, entre os quais o Sr. Vereador se contava. Ou então relembrá-lo da luta pelo Parque das Conchas e dos Lilases, em que os cidadãos se uniram e se organizaram em prol de um objectivo comum, sem terem sequer organização ou sede. Então tal informalidade não parecia incomodar o nosso actual responsável dos Espaços Verdes.

Nunca então pediu o Sr. Vereador nomes de integrantes, como se um movimento tivesse de identificar os seus membros para lhe conferir legitimidade. Os nossos elementos presentes na reunião com os responsáveis autárquicos, estes ou outros, não são informantes, nem o Sr. Vereador é, tanto quanto sabemos, árbitro de cidadania nem lhe compete certificar da boa conduta cívica das organizações. Quanto a insinuações insidiosas, preferimos deixá-las na mente de quem as formulou, pois que a compreensão da dignidade do cargo ocupado era também aí que as deveria ter deixado.

Bom seria que o Sr. Vereador se lembre que não é Vereador, está Vereador. O poder que hoje detém é, pelo próprio processo democrático, transitório. Logo, o facto de ter pelouros não lhe confere o direito de tratar com desdém, ou sobranceria os cidadãos que consigo não comungam nas visões do espaço ou nas opções por si definidas.

Nenhuma obrigação tínhamos ou temos de lhe dar nomes, mas como somos cidadãos, maiores, no perfeito gozo das nossas capacidades, civicamente activos, e sem receio de o confrontar com as nossas críticas e discordâncias, de forma transparente, urbana e digna, aqui subscrevemos este manifesto.


Paulo Ferrero António Prôa
Carlos Brandão Diogo Moura
João Pinto Soares José Carlos Mendes
Carlos Moura Rui Valada


Lisboa, 17 de Março de 2008

3 comments:

Anonymous said...

Até doi. Será que sempre foi assim?

Tiago R. said...

Caem por fim as máscaras!

O Zé, que sempre falou (e, na altura, para muita gente, até parecia ter razão...) sobre a importância da participação cidadã numa gestão moderna...

Podem pôr também aí o meu nome (e o de muitos mais cidadãos, aposto)!

Anonymous said...

cheira-me a politiquices. será que os representantes dos cidadãos têm que ser dominados por militantes de partidos da oposição....é natural que a população participe pouco, as moscas são sempre as mesmas.